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Rio Grande - Vista da margem de S. J. Batista do Glória - Mg
Vista do Rancho do Roberto da Botica...Bons e bons tempos
aqueles...
Hoje, às vésperas de um aniversário que ninguém gostaria de
comemorar, deixo aqui a minha homenagem a alguém muito
especial, que marcou a minha vida em muitos sentidos...
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QUEM OUVIU, OUVIU. QUEM NÃO OUVIU ...
É Roberto da Botica... Só depois que você se foi, é que me dei conta de certas coisas...
Lá no São Francisco cantavam: “Quem falou, falou. Quem não falou não fala mais... Agora é: “Quem ouviu, ouviu. Quem não ouviu não ouve mais. Com certeza, as tardes de domingo lá, nunca mais serão as mesmas, e muito mais silenciosas do que de costume, não duvide disso! Agora, a partir de hoje, as histórias e casos contados lá terão mais um personagem, saudoso e eterno. Histórias do Rachinha, do Corinthians “duscandeia”, serão relembradas, e recontadas por outros e você será mais um dos personagens.
E que saudade e dificuldade vai ser não ouvi-lo mais! Sentar ao seu lado e ouvir horas e horas de histórias e casos. Verdadeiros? Inventados? Sei-lá!
É Roberto da Botica, e agora? Como chegar no “Rancho” e não mais vê-lo sentado naquela cadeira com o toquinho amarrado atrás, equilibrando-a em dois pés somente e apoiando o braço direito na mesa azul a olhar o Rio Grande. Só agora descubro que o “Rancho” não era o “Rancho”; o “Rancho” era o Roberto da Botica, sua presença, seu espírito, seus casos e histórias. Como não lembrar do “mijado-de-rato”, da Lingüiça de sapatilha, da Rabada, do macarrão com salsicha, da casquinha de siri, da feijoada, ai meu Deus!!!! A feijoada!!!! Da prosa, da prosa, da prosa, da prosa. Como ligar o Philco de 12 faixas para ouvir a Itatiaia ou a Globo do Rio e não lembrar de você? E agora, quem vai ligar a bomba d’água se o “Super RB” não está mais lá para faze-lo?É, os super-heróis também morrem...E como jogar “caxeta” com o “curingão”, se o dono do baralho, o mais velho, e o dono do rancho não quer mais jogar? Quem vai ficar girando a mesa até ela parar de mancar?
É Roberto da Botica, os Vasconcellos estão agora sem o guardião da sua história, quem agora vai saber quem era o filho do fulano, casado com a Maria do Beltrano e que morava não sei aonde? Quem? Quem agora vai saber que fulano de tal, filho de um tal de fulano é primo torto do bisneto do nosso tataravô?Quem? Lá se foi nosso referencial!
Hoje a vida fica mais silenciosa, mais pobre, triste e meio sem rumo. Sei que você não queria lágrimas. Sempre acreditou em algo além, bem melhor do que aqui. E tenho a certeza que agora os que estão ao seu lado estão cantando: Quem falou, falou. Quem não falou, não fala mais!....
Tudo bem, a lágrima eu seguro, com dificuldade mas seguro, agora, a saudade...
Passos, uma triste quinta feira, 30 de novembro de 2000.
É Roberto da Botica... Só depois que você se foi, é que me dei conta de certas coisas...
Lá no São Francisco cantavam: “Quem falou, falou. Quem não falou não fala mais... Agora é: “Quem ouviu, ouviu. Quem não ouviu não ouve mais. Com certeza, as tardes de domingo lá, nunca mais serão as mesmas, e muito mais silenciosas do que de costume, não duvide disso! Agora, a partir de hoje, as histórias e casos contados lá terão mais um personagem, saudoso e eterno. Histórias do Rachinha, do Corinthians “duscandeia”, serão relembradas, e recontadas por outros e você será mais um dos personagens.
E que saudade e dificuldade vai ser não ouvi-lo mais! Sentar ao seu lado e ouvir horas e horas de histórias e casos. Verdadeiros? Inventados? Sei-lá!
É Roberto da Botica, e agora? Como chegar no “Rancho” e não mais vê-lo sentado naquela cadeira com o toquinho amarrado atrás, equilibrando-a em dois pés somente e apoiando o braço direito na mesa azul a olhar o Rio Grande. Só agora descubro que o “Rancho” não era o “Rancho”; o “Rancho” era o Roberto da Botica, sua presença, seu espírito, seus casos e histórias. Como não lembrar do “mijado-de-rato”, da Lingüiça de sapatilha, da Rabada, do macarrão com salsicha, da casquinha de siri, da feijoada, ai meu Deus!!!! A feijoada!!!! Da prosa, da prosa, da prosa, da prosa. Como ligar o Philco de 12 faixas para ouvir a Itatiaia ou a Globo do Rio e não lembrar de você? E agora, quem vai ligar a bomba d’água se o “Super RB” não está mais lá para faze-lo?É, os super-heróis também morrem...E como jogar “caxeta” com o “curingão”, se o dono do baralho, o mais velho, e o dono do rancho não quer mais jogar? Quem vai ficar girando a mesa até ela parar de mancar?
É Roberto da Botica, os Vasconcellos estão agora sem o guardião da sua história, quem agora vai saber quem era o filho do fulano, casado com a Maria do Beltrano e que morava não sei aonde? Quem? Quem agora vai saber que fulano de tal, filho de um tal de fulano é primo torto do bisneto do nosso tataravô?Quem? Lá se foi nosso referencial!
Hoje a vida fica mais silenciosa, mais pobre, triste e meio sem rumo. Sei que você não queria lágrimas. Sempre acreditou em algo além, bem melhor do que aqui. E tenho a certeza que agora os que estão ao seu lado estão cantando: Quem falou, falou. Quem não falou, não fala mais!....
Tudo bem, a lágrima eu seguro, com dificuldade mas seguro, agora, a saudade...
Passos, uma triste quinta feira, 30 de novembro de 2000.
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Alan Andrade Vasconcellos
2 comentários:
Muito bom...Deu saudades...
Um texto que nos remete a um bom tempo e já um pouco distante em nossa memória...Chico Buarque está com a razão, quando perguntado por uma reporter se ele tinha medo do tempo, ele disse com a propriedade de sempre "não tenho medo do tempo, o problema é que o tempo passando chega uma hora que ele acaba..." esse é o problema...um dia acaba...valeu
RB, onde vc estiver continue fazendo aqueles almoços de domingo e de vez em quando dê uma olhada por nós que ficamos por aqui mais um pouco...
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